O ano prometia muito para o Centenário do Corinthians. O técnico argentino Maradona prometeu ficar pelado. O mundo descobriu Larissa Riquelme, e a musa paraguaia prometeu se descobrir por completo nas ruas de Assunção, no Paraguai. Tudo não passou de promessa.
Martin Meissner/AP |
O goleiro Casillas levanta a Copa do Mundo para a Espanha |
Promessa cumprida mesmo somente dentro de campo, com Paulo Henrique Ganso e Neymar. Do título Paulista e da Copa do Brasil pelo Santos ambos foram para a seleção brasileira. Mas apenas no segundo semestre, pois Dunga não os convocou para a Copa do Mundo.
Depois da derrota brasileira no Mundial da África do Sul, o Brasil também teve um novo treinador: Mano Menezes, que deixou o Corinthians e reformulou a seleção.
Antes, porém, a CBF quis Muricy Ramalho, que não aceitou e permaneceu no Fluminense e, alguns meses depois, foi campeão brasileiro.
Outra promessa que mudou de status foi a Espanha, campeã mundial de futebol. Assim também foi inédita a conquista do alemão Sebastian Vettel, na F-1. Já a seleção masculina de vôlei do Brasil, sem novidade, ganhou mais um Mundial.
Em comum nestes campeonatos todos: algumas marmeladas.
Felipe Dana/AP |
O argentino Conca, do Fluminense, campeão brasileiro e eleito o melhor jogador do campeonato |
A mesma marmelada fez rivais corintianos amolecerem jogos no fim do Campeonato Brasileiro. E o Fluminense sagrou-se campeão nacional. O tri do clube carioca, pois a CBF decidiu unificar as conquistas do Campeonato Brasileiro com a Taça Brasil e a a Taça Roberto Gomes Pedrosa, que ocorreram de 1959 a 1970.
Assim, Palmeiras e Santos passaram a ser os maiores campeões, com oito conquistas cada.
Quem perdeu a chance de conquistar mais um título foi o Internacional. O clube de Porto Alegre foi a Abu Dhabi, no Mundial de Clubes da Fifa, e caiu nas semifinais. Derrota histórica para o Mazembe, do Congo, 2 a 0.
Nunca na história do futebol um clube sul-americano havia ficado fora da final do Mundial. Sorte da Inter de Milão (ITA), que venceu a final por 3 a 0 e conquistou o tri.
Nunca na história do futebol um clube sul-americano havia ficado fora da final do Mundial. Sorte da Inter de Milão (ITA), que venceu a final por 3 a 0 e conquistou o tri.
Copa do Mundo
Antes de a primeira Copa do Mundo no continente africano começar, as apostas eram na Espanha (campeã europeia) e no Brasil (campeão da América do Sul e da Copa das Confederações).
Eduardo Knapp/Folhapress |
Felipe Melo é expulso contra a Holanda |
A Espanha cumpriu seu papel. O Brasil de Kaká, Felipe Melo e Dunga parou nas quartas de final, ante a Holanda de Sneijder, Robben e De Jong.
Depois de vários mundiais com a promessa de exibir um bom futebol, a Fúria espanhola foi pela primeira vez campeã, graças ao entrosamento de uma base formada no multicampeão Barcelona.
Os destaques foram o goleiro Casillas, o artilheiro David Villa, e os meio-campistas Xavi e Iniesta, este autor do gol da decisão contra os holandeses, 1 a 0 na prorrogação.
A grande surpresa foi o quarto lugar do Uruguai, do atacante eleito o melhor do mundial, Diego Forlán. A principal decepção foi a França, eliminada ainda na primeira fase, em meio à crise entre jogadores e técnico.
Outro destaque foi a Alemanha, das revelações Özil e Miller, que nas quartas goleou a Argentina de Messi e Maradona por 4 a 0.
Martin Meissner/AP |
Sara Carbonero e Casillas (ao fundo) na Copa |
Musas da Copa
O mundo descobriu duas musas em 2010. Nenhuma delas é atletas, mas durante e depois da Copa do Mundo chamaram mais a atenção do que grande parte dos jogadores.
A primeira a aparecer foi a espanhola Sara Carbonero. Namorada do goleiro e capitão da Espanha, Iker Casillas, a repórter de TV chegou a ser acusada de distraí-lo na estreia da Fúria na Copa (derrota para a Suíça, 1 a 0). Após o título mundial, porém, ele foi recompensada com um beijo, ao vivo, enquanto entrevistava o namorado campeão.
No entanto, quem foi considerada musa da Copa foi a paraguaia Larissa Riquelme. A modelo surgiu em fotos enquanto estava torcendo pela seleção de seu país, em Assunção, com o celular acomodado entre os seios.
Após a fama relâmpago em todo mundo, Larissa prometeu desfilar nua na capital do Paraguai caso a seleção nacional chegasse à final do Mundial. Os paraguaios perderam nas quartas. E a modelo pagou a aposta apenas em ensaios sensuais para revistas masculinas, inclusive no Brasil.
F-1
Um ano de domínio da equipe Red Bull, que só não conquistou o título de pilotos com antecipação porque Sebastian Vettel e Mark Webber disputaram entre si o campeonato.
Gero Breloer/AP |
Vettel com o prêmio após vencer o GP de Abu Dhabi |
No fim, o alemão Vettel foi campeão, mas o vice ficou para Fernando Alonso, da Ferrari, considerado por alguns o melhor piloto do ano e, por outros, o vilão da temporada.
O melhor brasileiro foi Felipe Massa, na sexta colocação, mas sem uma vitória sequer. A grande chance de vencer no ano foi na prova da Alemanha. No entanto, naquela domingo, a mando da equipe, Massa cedeu a vitória para Alonso. O caso da marmelada foi julgado e rendeu apenas uma multa à Ferrari.
Rubens Barrichello em 11º, com algumas boas provas, e Bruno Senna, 20º, e Lucas Di Grassi, 24º, quase sempre retardatários, completaram o péssimo ano verde-amarelo na F-1.
Libertadores
A Taça Libertadores vem, ano a ano, se tornando a grande obsessão dos clubes brasileiros. Este ano, cinco estiveram na disputa.
O Corinthians, com Ronaldo e o peso do centenário nas costas, caiu logo nas oitavas de final, após derrota para Flamengo. O clube carioca, porém, parou na rodada seguinte, ante ao Universidad do Chile.
O Cruzeiro caiu nas quartas também, eliminado pelo São Paulo, que deixou a competição na semi, contra o Internacional, em pleno Morumbi.
O colorado gaúcho foi campeão, pela segunda vez em quatro anos, após vencer os mexicanos do Chivas Guadalajara na final.
Vôlei
A Seleção masculina do Brasil conquistou a Liga Mundial pela nova vez e o Mundial de vôlei pela terceira. O grande nome da equipe comandada por Bernardinho foi o ponta Murilo, eleito o melhor do mundo e, posteriormente, atleta do ano em eleição do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
Mateus Bruxel/Folhapress |
Giba segura o troféu do Mundial da Itália |
No entanto, uma das marcas deste ano ficou sendo a partida contra a Bulgária, no Mundial da Itália. Podendo perder para encarar uma chave mais fácil no decorrer da competição, os brasileiros jogaram a partida sem levantador.
A derrota brasileira gerou vaias dos torcedores, críticas e acabou sendo chamada de marmelada. Outras seleções, como os Estados Unidos, também usaram da mesma brecha no regulamento para ter o caminho facilitado.
Já entre as mulheres, o Brasil ficou com o vice-campeonato Mundial, ao perder a final no Japão para a seleção da Rússia. A equipe comandada por José Roberto Guimarães também foi vice do Grand Prix disputado na China, ao ser derrotada pelos Estados Unidos.
Basquete
O basquete também teve em 2010 seus campeonatos mundiais tanto no masculino quanto no feminino.
Entre os homens, o Brasil depositava esperança na geração de Leandrinho, Varejão e Tiago Spliter (Nenê, lesionado, foi cortado antes do torneio).
Aris Messinis/AFP |
Scola passa pela marcação do Brasil na vitória argentina |
No entanto, apesar de alguns bons momentos dentro da competição, a seleção acabou derrotada pela Argentina, nas oitavas de final.
Os americanos retomaram o posto de melhor time do mundo ao venceram a final contra a Turquia, dona da casa.
No torneio feminino, a seleção brasileira ficou apenas na nona colocação, após um desempenho fraco na competição. As campeãs foram as americanas, como no Mundial masculino, vencendo as anfitriãs (República Tcheca) na final.
Tênis
Por mais um ano, o tênis mundial foi bipolarizado entre Rafael Nadal Roger Federer.
O espanhol conquistou três Grand Slams (Roland Garros, Wimbledom e Aberto dos EUA --este pela primeira vez) e terminou o ano como número 1.
Walter Bieri/Efe |
Nadal e Federer, de novo, números 1 e 2 do mundo |
O suíço --que começou como número 1 e terminou como 2-- ganhou o Aberto da Austrália e as Finais da ATP.
E o que sobrou para Novak Djokovic, número 3 do mundo? Comandar a Sérvia na conquista do inédito título da Copa Davis, em dezembro.
Entre as mulheres, a dinamarquesa Caroline Wozniacki terminou o ano como a número um.
O Brasil viu Thomaz Bellucci atingir a 21ª colocação no ranking mundial, a melhor de um brasileiro desde Gustavo Kuerten. O paulista terminou o ano em 31º, com um título, em Santiago (CHI). Mas também foi um dos principais responsáveis pela eliminação do país na Copa Davis, após derrota para a Índia.
No fim do ano, depois de criticar os técnicos brasileiros, Bellucci confirmou que vai ser treinado por Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten.
Mulheres brasileiras
Três atletas brasileiras se destacaram individualmente em 2010.
Michael Buholzer/Reuters |
Fabiana comemora vitória em Zurique |
No atletismo, Fabiana Murer, 29, conquistou o Mundial Indoor e a Liga de Diamante no salto com vara. Em dezembro, ganhou o Prêmio Brasileiro Olímpico como melhor do ano.
Na natação, Ana Marcela Cunha, 18, ganhou a Copa do Mundo de maratonas aquáticas, tornando-se a mais jovem a alcançar tal feito.
Na ginástica, Jade Barbosa, 19, depois de afastada das competições nos últimos anos devido a uma grave lesão no punho, ganhou a medalha de bronze no salto sobre a mesa no Mundial da Holanda.
Campeão brasileiro
Um torneio que começou antes da Copa e terminou bem depois, teve o Corinthians entre os três primeiros durante todo o ano e o Fluminense campeão após liderar 22 das 38 rodadas. O Cruzeiro, com uma grande recuperação, foi vice, deixando os corintianos na terceira colocação e sem conquistar um título sequer no ano do centenário.
Quem não conseguiu se recuperar e caiu para a Série B foram: Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente (que começou o ano como Grêmio Barueri). Os outros paulistas fizeram um campeonato medíocre: Santos, 8º, São Paulo, 9º, e Palmeiras, 10º.
CAMPEÕES ESTADUAIS | |
---|---|
Acre | Rio Branco |
Alagoas | Murici |
Amapá | Trem |
Amazonas | Peñarol |
Bahia | Vitória |
Ceará | Fortaleza |
Distrito Federal | Ceilândia |
Espírito Santos | Rio Branco |
Goiás | Atlético |
Maranhão | Sampaio Corrêa |
Mato Grosso do Sul | Comercial |
Mato Grosso | União Rondonópolis |
Minas Gerais | Atlético |
Pará | Paysandu |
Paraíba | Treze |
Paraná | Coritiba |
Pernambuco | Sport |
Piauí | Comercial |
Rio de Janeiro | Botafogo |
Rio Grande do Norte | ABC |
Rio Grande do Sul | Grêmio |
Rondônia | Vilhena |
Roraima | Baré |
Santa Catarina | Avaí |
Sergipe | River Plate |
São Paulo | Santos |
Tocantins | Gurupi |
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