Todos os 18 times da Bundesliga são da Alemanha Ocidental, clubes da Alemanha Oriental perderam a força após a unificação.
O Muro de Berlim caiu há exatos vinte anos. Mas no futebol ainda existe uma divisão entre as duas Alemanhas. Na temporada 2009/10, todos os clubes da elite são de cidades da antiga Alemanha Ocidental. As diferenças começam no desenvolvimento do futebol. Desde que venceu a Copa de 1954, a Alemanha Ocidental investe na modalidade, enquanto na Oriental, os esportes olímpicos eram prioridade.
Outro fator importante é a base do futebol. O que faz um país ter uma boa seleção é um campeonato local forte. E de acordo com especialistas e historiadores, o campeonato na Alemanha Oriental era manipulado pelo governo socialista. O Dinamo de Berlim, por exemplo, foi campeão dez anos seguidos, sempre com ajuda da arbitragem.
– Na Alemanha Oriental existia o time do Exército, da Aeronáutica, da Marinha, ou de um sindicato ligado ao Estado, eram mais interesses do que futebol – afirmou o historiador Luiz Antônio Simas.
Os últimos representantes da Alemanha Oriental na Primeira Divisão foram o Energie Cottbus, rebaixado na temporada 2008/09, e o Hansa Rostock, que caiu em 2007/08. Os de maior expressão, Dinamo de Berlim e o Dinamo de Dresden, não tiveram nenhuma importância nos campeonatos da Alemanha unida.
Para exemplificar a falta de poder dos clubes, basta comparar as transferências dos dois últimos representantes orientais e a média dos outros da Bundesliga. O Energie Cottbus gastou R$ 1,5 milhão em contratações e vendeu R$ 3,5 milhões. O Hansa Rostock gastou R$ 255 mil e não arrecadou dinheiro com vendas.
Os clubes da Primeira Divisão trabalham com cifras muito mais altas. Os gastos foram, em média, de R$ 32,1 milhões e a arrecadação com vendas foi de R$ 16,7 milhões. Para a volta de uma equipe da Alemanha Oriental será necessário a derrubada de outro muro.
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