O Vasco foi um pouco superior. Além do Estadual de 2003, foi vice outras duas vezes no Rio, além de ter perdido a decisão da Copa do Brasil de 2006 para o rival Flamengo, que, como Santos e Corinthians, pontuou bem por títulos nacionais.
Ranking Folha revê critérios, resultados e vê a ascensão de Santos e Inter; São Paulo lidera
O Ranking Folha, criado em 1996, passa a partir deste ano por uma significativa reformulação, algo até então inédito na histórica lista.
A despeito da polêmica unificação dos títulos nacionais promovida pela CBF, a lista aprimorou seus critérios técnicos e pesquisas históricas para se atualizar e ficar mais preciso. Tudo isso reduziu a diferença entre os primeiros colocados: São Paulo, Flamengo e Palmeiras.
Durante anos, a desorganização e a falta de preservação da memória de federações e clubes impediam o conhecimento de alguns dos primeiros colocados de torneios estaduais e regionais. Em Estados em que muitos vices não eram homologados há consideráveis novidades.
O Ceará, por exemplo, teve cinco títulos Estaduais (entre 1915 e 1919) oficializados no final de 2008. Bahia e Vitória tinham na lista passada 12 e 16 vices respectivamente. Agora, constam com 20 e 24, respectivamente. O Paysandu mais que dobrou seu número de vices (foi de 16 para 35). O Ranking Folhatorna-se assim mais fiel à história dos clubes, algo que durante muitos anos não foi possível.
Até em Estados com futebol de mais tradição e recursos houve alterações. Tendo como base o livro "O Caminho da Bola", de Rubens Ribeiro, obra mais detalhada sobre o Paulista, o Palmeiras e o Santos, por exemplo, têm um vice a mais cada um.
No Rio, o Botafogo ganha mais dois vices referentes a seus primórdios. O clube também lucra com mais dois vices do Rio-São Paulo, competição com acidentadas edições com mais de um vencedor e com mais de um segundo colocado por vezes.
O Flamengo também lucrou com mais vices do torneio regional e se aproximou consideravelmente do líder São Paulo. Uma diferença que chegou a ser de 116 pontos no final de 2008 agora caiu para 17 pontos, algo que pode ser tirado com um título da Copa do Brasil e mais um vice-campeonato estadual.
A Copa do Nordeste voltou a ser disputada em 2010, embora sem o prestígio de outrora. Além de contar mais um título regional para o Vitória, campeão dessa última edição, o ranking passa a incluir mais um título nordestino para o Sport, o de 1994.
Para configurar o novo ranking e atualizá-lo, foram consultados, além de federações e clubes, sites como bolanaarea, rsssf e wikipedia e obras posteriores à criação do ranking, como a "Enciclopédia do Futebol Brasileiro".
Independentemente das mudanças, dois clubes já superariam arquirrivais. O Santos, campeão paulista e da Copa do Brasil em 2010, deixou o Corinthians para trás no ano de seu centenário. Já o Inter, bicampeão da América agora, superou o Grêmio.
Aspecto técnico é reforçado com novos critérios do Ranking Folha
A essência do Ranking Folha permanece, mas a lista terá um olhar mais técnico e não primordialmente oficial. Para entrar na lista, era preciso um time ser campeão ou vice de uma disputa nacional. Agora, isso foi estendido para competições internacionais.
Atualmente, é possível ser campeão mundial, da Libertadores ou mesmo da Copa Sul-Americana (como quase ocorreu com o Goiás) sem ser um dos dois melhores times do país ou sem ter vencido a Copa do Brasil. Assim, o CSA, vice da Copa Conmebol em 1999, é o 34º clube a integrar o ranking.
Para não haver um desequilíbrio grande na lista por conta de times com grande domínio estadual e pouca projeção nacional, criou-se um novo peso para os Estaduais menos tradicionais.
Campeonatos de Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Estados com presença mais constante na Série A do Brasileiro, continuam com a mesma pontuação. Os demais renderão 5 pontos para campeão e 2 para o vice.
O Ranking Folha não acompanhará a unificação de títulos nacionais aprovada pela CBF. O Brasileiro continua sendo a disputa nacional mais valorizada. A lista, no entanto, aumentou a pontuação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa.
O embrião do Brasileiro passa a dar agora 20 pontos para o campeão e 13 para seu vice (eram 15 e 10). O "Robertão", ampliação do Rio-São Paulo, era uma disputa restritiva, sem acesso e descenso. Nasceu quando ainda era jogada a Taça Brasil e morreu quando o Brasileiro foi criado, em 1971.
A Taça Brasil permanece equivalente no ranking à Copa do Brasil. São duas competições com perfil semelhante _disputas de tiro curto, restritivas, usando Estaduais como classificatórios e oferecendo vaga na Libertadores ao campeão.
Também levando em conta o critério técnico, o ranking passa a contar o título do Flamengo de 1987. E isso sem desconsiderar o Sport como campeão. O aspecto oficial e o técnico serão levados em conta.
Importante salientar que a Folha sempre noticiou a decisão da CBF e a decisão judicial que garantem a taça ao Sport e que não cabe ao jornal oficializar ou não títulos esportivos. O intuito da lista é outro: espelhar o histórico técnico dos times.
A lista passa a contar também o Sul-Americano de 1948, vencido pelo Vasco. O embrião da Libertadores, reconhecido pela Conmebol, teve inegável importância e relevância técnica. Porém não contará com o peso de uma Libertadores.
Como já acontece no Ranking Folha do Futebol Mundial (cuja nova versão será publicada no próximo domingo), haverá a unificação dos segundos torneios da Conmebol. Supercopa, Copa Mercosul, Copa Conmebol e Copa Sul-Americana têm a mesma pontuação nas duas listas agora.
Os demais cortes do ranking continuam. De forma geral, competições que não tiveram sequência ou não conseguiram grande representatividade não são computadas. Dentre os torneios que ficam fora, estão a Copa Rio, a Copa Ouro, as Copas Master da Supercopa e da Conmebol, a Copa Suruga e a Supercopa do Brasil.
Disputas de só um jogo não dão pontos ao vice, pois esse já foi bonificado em competições prévias e não seria lógico pontuar em competição quem não teve nenhum resultado positivo.
Por premiar a excelência, a lista não trata de divisões inferiores que têm a função maior de acesso.
Unificação de títulos nacionais mudaria apenas uma posição no Ranking Folha
São Paulo, Flamengo e Palmeiras, clubes que brigam pela ponta do ranking desde o seu início, continuariam em suas posições.
O alviverde, que virou oficialmente octocampeão brasileiro, passaria a ter 855 pontos, ficando ainda a uma boa distância do time carioca, que ganharia cinco pontos pelo vice nacional em 1964.
O Santos é o clube que mais ganharia pontos num possível ranking unificado. Seriam 65, o que o manteria na quarta posição, a ainda 66 pontos do rival Palmeiras.
Não haveria mudança no Top 10. Só o Botafogo tomaria o 11º lugar do Atlético-MG, por quatro pontos. E isso porque lucrou este ano, na revisão feita na lista, 24 pontos por vices antigos.
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