Obsessão. Era com esse sentimento que D'Alessandro encarava a Libertadores. Faltava esse título na sua carreira. E, com 29 anos, ele não queria deixar escapar a oportunidade. Na semifinal contra o São Paulo, D'Ale foi decisivo, "dividindo" o gol salvador no Morumbi com Alecsandro. Depois, veio o título sobre o Chivas e a realização de um desejo e o pagamento de uma dívida.
— Posso dizer que ela foi paga — referindo-se à derrota na final da Copa do Brasil de 2009. — Cumpri meu sonho de ganhar a Libertadores.
Foto: Mauricio Lima, AFP
Foi em 2010 também que D'Alessandro alcançou a significativa marca de 100 jogos pelo Inter. Na ocasião, o time de Roth venceu o Vasco, com gol de Edu, após passe preciso do meia argentino.
Depois da conquista da América, um presente direto de sua terra natal: D'Alessandro voltou a ser convocado para a seleção da Argentina. Contra a Espanha, ele participou do último gol da goleada de 4 a 0 sobre a Fúria, já nos acréscimos. "El Cabezón" também participou alguns minutos na vitória diante do Brasil.
Foto: Karim Jaafar, AFP
Com três gols em Gre-Nais desde 2008, o bom ano do argentino seria incompleto se ele não marcasse diante do maior rival colorado. A história se repetiu no último e eletrizante Gre-Nal da temporada. Com um chute rasteiro, D'Ale venceu Victor e empatou em 2 a 2 o clássico no Olímpico.
— Era um jogo para ganhar. Estava na nossa mão. Mas, felizmente, conseguimos empatar — avaliou D'Alessandro após a partida realizada em outubro.
O sucesso do argentino ganhou uma extensão na web. Para ficar mais próximo dos fãs, o jogador lançou uma página na internet (www.dalessandro10.com):
— Quis fazer o site porque o torcedor quer estar perto do jogador e eu também quero estar perto deles.
Definitivamente, "só" faltou o Mundial para o argentino. Discreto na derrota histórica para o Mazembe, D'Alessandro foi o único jogador a não conceder entrevistas depois da partida. No dia seguinte, explicou-se, dizendo que, de "cabeça quente", é melhor não se pronunciar.
Foto: Jefferson Botega
Mais calmo e refeito do golpe, D'Alessandro comandou o time na vitória diante do Seongnam, por 4 a 2, na disputa do terceiro lugar no Mundial. A boa atuação e o belo gol marcado no segundo tempo renderam ao meia a Bola de Bronze, ou o título de terceiro melhor jogador do torneio.
— Está se falando muita coisa, menos do futebol. O torcedor pode ficar tranquilo, pois a gente não teve soberba nenhuma, só a infelicidade no primeiro jogo, de não fazer o gol cedo e poder jogar como contra o Seongnam. Tivemos chances como na semifinal e agora fizemos”, destacou o meia, depois da vitória.
Para encerrar o ano ainda mais graças da torcida, D'Alessandro alfinetou o rival, criticando a comemoração do Grêmio pela eliminação colorada diante do Mazembe.
— Só perde quem joga uma competição tão importante. Desde que cheguei em Porto Alegre, não vi o Grêmio ser campeão. Cheguei e ganhei muitos títulos. Tomara que a gente continue assim.
Antes de ser eleito o melhor da América, uma possível volta ao River Plate chegava com força aos corredores do Beira-Rio. Com mais dois anos de contrato, D'Alessandro manifestou sua intenção de permanecer no Inter.
— Conversarei com os dirigentes e o meu empresários e veremos como será 2011. Gosto muito do Inter — afirmou o jogador.
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